Entenda os Impactos dos Adoçantes na Resposta Glicêmica
Os adoçantes, amplamente utilizados em refrigerantes diet e sobremesas com baixo teor de gordura, podem não ser tão inofensivos quanto se acredita. Cientistas do Instituto Weizmann, em Israel, e da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, conduziram um estudo que refuta a crença popular de que esses produtos são seguros para consumo regular. O estudo, publicado na revista Cell, incluiu até mesmo a estévia, um adoçante natural muitas vezes considerado uma alternativa saudável.
Estudos Revelam Impacto Negativo dos Adoçantes no Microbioma Intestinal
Na pesquisa, 120 voluntários consumiram quatro dos adoçantes mais populares três vezes por semana, durante 14 dias. A dosagem seguiu as diretrizes da FDA, não ultrapassando 50 miligramas por quilograma de peso corporal. Os participantes foram monitorados continuamente para níveis de glicose no sangue e passaram por testes regulares de tolerância à glicose, indicadores do risco de pré-diabetes.
Os resultados foram alarmantes: todos os adoçantes testados alteraram o microbioma intestinal dos participantes, e em metade dos casos, houve uma resposta glicêmica prejudicada. Especificamente, o aspartame e a estévia provocaram mudanças significativas na composição do microbioma, enquanto a sacarina e a sucralose reduziram a capacidade do corpo de absorver açúcares.
Adoçantes e a Resposta à Glicose
Segundo Eran Elinav, imunologista e pesquisador do Instituto Weizmann, "os adoçantes podem perturbar a resposta do corpo à glicose, alterando o microbioma". Essa descoberta sugere que, ao contrário da crença comum, os adoçantes não são neutros para a saúde humana. Elinav enfatiza que "não devemos presumir que os adoçantes são seguros".
Estévia: Um Adoçante Natural Sob Suspeita
Embora a estévia, derivada de uma planta da América do Sul, tenha sido historicamente considerada segura e até mesmo benéfica por não causar cáries e não elevar os níveis de glicose no sangue, o novo estudo coloca essa suposição em cheque. Os pesquisadores destacam que, apesar de ser até 30 vezes mais doce que o açúcar, a estévia também pode ter efeitos adversos no microbioma intestinal.
Expectativa de Veredicto da OMS
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que está conduzindo consultas públicas para avaliar os efeitos na saúde causados pelo uso de adoçantes. Esta iniciativa foi motivada por pesquisas anteriores que sugerem que adoçantes podem aumentar o risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares a longo prazo.
Fonte: CELL / LAD Bible / indiatimes.com